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CILAIO RIBEIRO: "o homem que fazia a voz dos bonecos"

Imagens gravadas em fitas VHS, cedidas por familiares do nosso Vovô Cilaio Ribeiro. Vocês vão assistir momentos dele com familiares, em peças teatrais e aos 25 minutos desta filmagem, vocês vão ouvir a voz do Vovô Cilaio Ribeiro narrando a sua própria história. Montagem por Adalberto FerrariPb filho do Adalberto Peixoto, sobrinho querido do Vovô Cilaio Ribeiro. CYNTHIO CILAIO RIBEIRO, Mais conhecido por Cilaio Ribeiro, nasceu no dia 4 de dezembro de 1902, na Rua Mata Negro (hoje Cardoso Vieira), em João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba, filho de José Ribeiro do Prado Andrade e Júlia Ribeiro. Vindo de uma família de artistas natos, a começar por seu pai José Ribeiro e por seus tios Nilo e Genésio de Andrade (atores amadores dramáticos), desde menino já demonstrava talento para as artes, brincando com bonecos e marionetes, dedicando-se com afinco, à arte da ventriloquia. Todos os anos, em fins de julho a cinco de agosto, no período em que se realizava a festa da padroeira da cidade – Festa das Neves – Cynthio Cilaio Ribeiro retirava sua fantasia de homem normal e assumia o papel de ator, capricho de sua imaginação criadora e transformava-se em Cilaio Ribeiro – o ventríloquo. Sua casa de espetáculos era um anexo ao Mosteiro de São Bento, cujo palanque era patrocinado pelos comerciantes locais e ficava na mesma rua onde fixava residência. Costumava chamar seus bonecos pelos nomes, que ele mesmo batizava: Benedito, Zezinho, Caviloso e Dona Genoveva. Nas creches, asilos e orfanatos, as crianças e idosos os cognominaram carinhosamente de “Vovô Cilaio”. Ainda muito jovem Cilaio foi convidado por Dr. Gomes Jardim, diretor da Companhia Dramática Itália Fausta, a fazer parte da companhia, mas não conseguiu consentimento de seus pais. Entretanto, algum tempo depois, fez excursão com a Companhia Conceição Ferreira, onde trabalhava nas comédias e também como ventríloquo. Sempre apaixonado pelas artes cênicas, foi diretor artístico de vários grupos teatrais de amadores, destacando-se “Sociedade Lítero-Dramática 25 de Dezembro”, “Grupo Genésio de Andrade”, “Renascente” e “Teatro de Amadores da Paraíba”. Dentre as peças em que atuou, representou importantes papéis em “O Coração Não Envelhece”, “Olhos Sem Luz” e “Rosa de Nossa Senhora”. Sua última apresentação foi aos 73 anos de idade, na peça “Hoje a Banda Não Sai”, de Marcos Tavares.encenou várias revistas, entre elas, uma montada em 1930, cuja temática era uma crítica a uma concessionária de serviço público – Empresa de Tração Luz e Força, de propriedade do senhor San Juan. Tal foi o sucesso dessa nova empreitada, que em 1931, juntamente com uma plêiade de foliões, entre eles o ainda tenente Otílio Ciraulo, fundou um bloco carnavalesco cuja meta era criticar os fatos de maior evidência do ano. O bloco explorava o fornecimento de energia e transporte com bondes puxados a burro. O bloco ficou conhecido com as iniciais E. T. L. F., do nome Empresa Tração Luz e Força.Cilaio tinha um carisma tão forte que os diretores de cinema o convidavam para seus filmes sem necessidade de testes, e ele desempenhava tão bem como qualquer estrela do eixo Rio-São Paulo. Foi assim em “Salário da Morte”, de Linduarte Noronha e “Menino de Engenho”, de Valter Lima Jr.”. Este último, drama lançado em 1965, onde Cilaio contracenava com atores locais e nacionais como Geraldo Del Rey, Rodolfo Arena, Sávio Rolim, Anecy Rocha, Margarida Cardoso, Maria Lúcia Dahl, Atônio Pitanga, Lucy Campello, Agnaldo Azevedo, Klício Brayner, Nautília Mendonça, Elpídio Navarro, entre outros.

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